A aviação talvez seja um dos mercados mais voláteis e sensíveis às crises econômicas, principalmente quando falamos sobre vagas de emprego para pilotos (e outros profissionais), e 2020 provou essa teoria.

Os empregos de instrutor de voo em aeroclubes e escolas, assim como na aviação executiva (principalmente para os iniciantes na carreira) também não tem sido fáceis, com exceção de estados e cidades em que o mercado se manteve aquecido por peculiaridades regionais.

A dura verdade é que a aviação é um dos mercados de trabalho mais difíceis no Brasil (e talvez no mundo, vide a realidade atual da Europa e EUA). Mas existem soluções inteligentes para contornar a situação. Acredito que o que está escrito aqui é útil para pilotos em formação (em busca de renda para pagarem as horas de voo), pilotos checados sem emprego (com dificuldades de se manter em busca de uma colocação no mercado), e até para pilotos atualmente empregados (a aviação pede por um plano B sempre em vigor).

As vantagens do mercado brasileiro

Se por um lado a nossa falta de estrutura e de emprego é ruim, ela também abre oportunidades únicas. O mercado de aviação no Brasil é um dos maiores do mundo (com uma frota de mais de 20 mil aeronaves de todos os tipos) mas está longe de ser um dos mais estruturados em termos de serviços, inovação e mão de obra especializada.

E apesar de termos um “boom” de empreendedorismo e inovação no Brasil nos últimos anos, a aviação não foi contemplada como deveria. Poucos se arriscam a criar o próprio negócio por entenderem que é necessário muito capital ou ser algo totalmente fora de seus conhecimentos, o que não é verdade.

E como ganhar dinheiro e aproveitar a oportunidade?

Particularmente, penso que pilotos são grandes gestores por natureza. O gerenciamento da cabine e do voo são de alta complexidade e as tomadas de decisão devem ser feitas de forma muito rápida e certeira. Acredito que todos tem a capacidade técnica (com o treinamento adequado) de abrir seus próprios negócios (mesmo que muito pequenos no início) e ganhar dinheiro na aviação mesmo quando estiverem desempregados ou estudando.

Ter uma renda extra relevante, além do salário como piloto, muda a realidade da carreira como um todo. Permite que você tenha paciência (tempo e dinheiro) para conseguir um emprego ou se recolocar em uma vaga melhor sempre que achar necessário. Permite você investir mais na carreira, em habilitações e em outras coisas que desejar, além de criar uma reserva financeira para momentos de desemprego ou dificuldades. Eu acredito veementemente que todo piloto de avião ou helicóptero deve ter uma forma de renda extra para impulsionar sua carreira.

Outra vantagem (tão grande quanto a financeira) é que abrindo seu negócio na aviação você acaba desenvolvendo a maior chave para qualquer emprego de qualidade: Networking. Você cria uma rede de relacionamento de alto nível e conhece vários possíveis e futuros empregadores. É muito melhor conhecer um proprietário de aeronave, por exemplo, ao lhe prestar um serviço, do que lhe entregando um currículo e pedindo uma chance de voar como copiloto (este último ele já vê todos os dias).

Mas será que é possível?

A primeira coisa que você deve entender é que você não precisa ser rico ou ter uma boa quantidade de dinheiro para começar. Também não precisa ter anos de experiência na aviação. Existem oportunidades para qualquer situação que você se encontre.

O que você precisa é ter um conhecimento específico que as pessoas valorizem, e então conseguir vender este serviço no mercado.

Conheço um caso de colegas, que durante o curso de PC começaram a prestar serviço de enviar planos de voo para pilotos da aviação de sua cidade, afinal, era uma das poucas habilidades que eles tinham para vender. Cobravam R$ 15 reais para enviar um plano de voo. Era cômodo para os pilotos, que preferiam pagar do que se dar ao trabalho de passar o dia tentando contato na sala AIS (na época era o único meio).  Os R$ 15 reais se transformaram rapidamente um faturamento suficiente para pagar horas de voo. Hoje são pilotos de jato na aviação executiva e com uma empresa de serviços aeronáuticos que gera uma renda muito considerável (que eles dedicam nos intervalos entre os voos).

Conheço outros casos de sucesso em serviços de: preenchimento de cadernetas e documentos, corretagem (compra e venda de aeronaves), controle técnico de manutenção, administração de aeronaves, administração de compartilhamento de aeronaves, limpeza de aeronaves, planejamento de voo, homologação, processos de habilitações e licenças na ANAC, reservas de hotéis e agenciamento turístico para os pilotos e passageiros, transporte executivo, e diversos outros exemplos.

Conheço um caso de um colega que começou fazendo sanduíches (muito bem feitos) e vendendo como comissaria em um aeródromo regional. Hoje tem uma empresa de catering (e dá tempo de voar um Baron G58, sem preocupações financeiras).

O primeiro passo

Sem dúvidas os primeiros passos são: se capacitar e se jogar no mercado. Você deve estar preparado para prestar algum serviço com qualidade, e depois (ou durante o processo de aprendizado) você deve começar e tentar, informalmente, sem burocracias. Não é preciso ter um CNPJ, um logotipo ou um site, você precisa ter um serviço e conquistar os primeiros clientes, o resto é conquistado com o tempo (e dinheiro que faturar).

Aqui na Lift Aviation nós sabemos bem disso. Surgimos dessa mesma forma em 2013, com um pequeno simulador de voo em um local improvisado e nossos primeiros alunos. Hoje somos a maior plataforma de ensino online para pilotos no Brasil com mais de 5.000 pilotos capacitados e uma equipe de mais de 25 pessoas.

Por isso, disponibilizamos diversos cursos online para capacitar pilotos para abrirem seus próprios negócios na aviação, em diversas áreas, por exemplo:

Você pode se cadastrar clicando aqui.

Caso esteja abrindo sua empresa e precise de alguma parceria ou queira bater um papo com a nossa equipe, ficaremos felizes em colaborar com o seu projeto, é só entrar em contato: [email protected]

Boa sorte em seu novo empreendimento!