O que é Circuito de espera?
O circuito de espera, ou órbita, se trata de uma trajetória específica seguida pelas aeronaves que estão em sequenciamento para pouso ou que aguardam autorizações do respectivo órgão ATC para iniciar o procedimento de aproximação por instrumentos (IFR).
Estes circuitos são compostos por:
- Curva de afastamento
- Perna de afastamento
- Curva de aproximação
- Perna de aproximação
Todos os itens acima serão vistos nesse post.
Além disso, existem dois tipos de órbitas: padrão, com curvas feitas à direita, e não padrão, com curvas à esquerda. O circuito não padrão existe a fim de evitar intervenção com obstáculos, aerovias, espaços aéreos condicionados, procedimentos de aproximação e decolagem, e outros.

Como este post sobre Circuito de espera IFR está estruturado?
- Quais são os segmentos de uma órbita?
- Quais são as velocidade indicadas em um circuito de espera?
- Como é feita a mudança de nível de voo ou altitude em uma órbita?
- Quais são os procedimentos de entrada em órbita?
Quais são os segmentos de uma órbita ou circuito de espera?
Perna de afastamento
A perna de afastamento de uma órbita é o tempo que a aeronave irá voar para o rumo oposto ao local base de referência, que pode ser um auxílio de navegação, um ponto de notificação ou, em certos casos, até mesmo uma coordenada geográfica.
Além do tempo, esta perna pode ser medida também em distância DME, que significa Distance Measuring Equipment. Após a perna de afastamento, a aeronave entrará na curva de aproximação.
Quanto tempo deve-se voar na perna de afastamento de uma órbita?
Aeronaves que realizam a espera abaixo do FL140, a ICA 100-37 determina que o tempo na perna de afastamento é de 1 minuto. Já para as que fazem a órbita acima do FL140, o tempo é de 1 minuto e 30 segundos.
O começo da cronometragem desse tempo será feita, pelo piloto, a partir do través do ponto de referência na perna de afastamento.
Geralmente os aviões possuem cronômetro para facilitar a contagem do tempo estabelecido.

Curvas de afastamento e aproximação
A curva de afastamento é o ângulo de 180° em que a aeronave deve girar para sair da perna de aproximação e entrar na perna de afastamento. No entanto, a mesma é a que liga a perna de afastamento com a de aproximação.
Segundo a ICA 100-37, estas curvas devem ser feitas em 1 minuto. Sendo assim, recomenda-se que o piloto empregue uma razão de 3° por segundo para que consiga alcançar os 180° no tempo estimado.
Perna de aproximação
Ao contrário da perna de afastamento, a de aproximação não possui um tempo determinado a ser voado. Ela se inicia ao final da curva de aproximação e se estende até o local de referência da órbita.
Após a aeronave bloquear o fixo, a mesma prosseguirá novamente para a curva de afastamento da órbita, para iniciar uma nova espera, ou também pode ser instruída a iniciar o afastamento, ou onde for requerido.

Quais são as velocidades indicadas em um circuito de espera?
Com um intuito de ter um bom controle e maior segurança sob as aeronaves, a ICA 100-37 determina que, em um circuito de espera, as aeronaves deverão voar com velocidade indicada (VI) iguais ou menores que as mostradas na tabela abaixo:
Níveis | Condições normais | Condições de turbulência |
Até 14.000 pés, inclusive. | 425 km/h (230 kt) 315 km/h (170 kt) (a) | 520 km/h (280 kt) 315 km/h (170 kt) (a) |
Acima de 14.000 pés até 20.000 pés, inclusive. | 445 km/h (240 kt) | 520 km/h (280 kt) ou Acima de 20.000 pés, até 0.8 MACH, o que for menor |
Acima de 20.000 pés, até 34.000 pés, inclusive. | 490 km/h (265 kt) | (mesmo que o acima) |
Acima de 34.000 pés. | 0.83 MACH | 0.83 MACH |
- OBS: os níveis acima representam “altitudes” ou “níveis de voo” correspondentes, dependendo do ajuste de altímetro utilizado.
Como é feita a mudança de nível de voo ou altitude em uma órbita?
A fim de manter uma maior organização no tráfego aéreo no momento em que as aeronaves realizam a espera, foi determinado que os pilotos deverão realizar as mudanças de nível de voo ou de altitude com uma razão de subida ou de descida entre 500 e 1.000 pés por minuto.
Em casos de exceção, onde o piloto solicite, ou respectivo órgão ATC autorize, as aeronaves poderão empregar razões menores ou maiores do que 500 e 1.000ft/min.
Quais são os procedimentos de entrada em órbita ou circuito de espera?
Em um circuito de espera, existem três entradas possíveis para a realização dos procedimentos: paralela, deslocada e direta. O setor será determinado de acordo com o rumo em que a aeronave está se aproximando.
Cada setor possui uma tolerância de 5° para cada lado, para que, quando o rumo coincidir com duas entradas, o piloto decidir qual será a mais viável.
Além disso, ao realizar um procedimento de entrada em órbita, deve-se observar se a órbita desejada é padrão ou não padrão, pois isso alterará o tipo de entrada que a aeronave irá realizar.
No entanto, deve-se lembrar:
- Órbita com curvas pela direita: espera padrão
- Órbita com curvas pela esquerda: espera não padrão
Entrada Paralela – Setor 1
A entrada paralela sempre irá ser o ângulo de 110° para o lado da órbita, contado a partir do prolongamento da perna de aproximação. No entanto, nesta entrada realiza-se as seguintes manobras:
- Entrada em circuito de espera padrão:
- Bloquear o auxílio-rádio
- Curvar para voar num rumo paralelo à perna de aproximação
- Girar à esquerda com proa do auxílio para interceptar a perna de aproximação, ou para retornar ao ponto de referência.
- Iniciar a órbita curvando à direita.
- Entrada em circuito de espera não padrão:
- Bloquear o auxílio-rádio
- Curvar para voar num rumo paralelo à perna de aproximação
- Girar à direita com proa do auxílio para interceptar a perna de aproximação, ou para retornar ao ponto de referência.
- Iniciar a órbita curvando à esquerda.

Entrada Deslocada – Setor 2
Sob o mesmo ponto de vista da paralela, a entrada deslocada trata-se de um ângulo de 70°, porém ao rumo oposto da órbita. Neste setor, o procedimento consiste em executar as seguintes manobras:
- Entrada em circuito de espera padrão:
- Bloquear o auxílio-rádio
- Voar em um rumo 30° menor do que a perna de aproximação
- Girar à direita com proa do auxílio para interceptar a perna de aproximação
- Curvar à direita e iniciar o circuito de espera.
- Entrada em circuito de espera não padrão:
- Bloquear o auxílio-rádio
- Voar em um rumo 30° maior do que a perna de aproximação
- Girar à esquerda com proa do auxílio para interceptar a perna de aproximação
- Curvar à esquerda e iniciar o circuito de espera.

Entrada Direta – Setor 3
Por fim, temos setor 3, que se trata da entrada direta. Este setor é o ângulo de 180° restante. Nela, os procedimentos são mais simples de se realizar:
- Entrada em circuito de espera padrão:
- Bloquear o auxílio-rádio
- Curvar à direita para a entrada no circuito de espera
- Entrada em circuito de espera não padrão:
- Bloquear o auxílio-rádio
- Curvar à esquerda para a entrada no circuito de espera

Por fim, para facilitar a compreensão dos setores, a imagem abaixo ilustra os três setores das órbitas padrão e não padrão, juntamente com seus ângulos e nomes das entradas.

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